As Metodologias Ágeis ganharam fama dentro do universo de desenvolvimento de software. Mas não é incomum o termo “ágil” ser erroneamente compreendido por muitas organizações pelo seu sinônimo “rápido”.
Mas afinal, o que significa ser ágil em um contexto corporativo?
É fácil encontrar nas redes sociais posts compartilhando informações sobre agilidade. No entanto, a abrangência do tema ficou corporativa. Existe RH ágil, marketing ágil, administração ágil e assim por diante.
Parece evidente que não estão falando em se ter uma área de RH ou marketing mais rápidas, mas sim, mais adaptáveis! Essa deve ser a melhor e a mais correta compreensão do termo agilidade aplicado em um ambiente corporativo.
O que são organizações ágeis?
Uma organização ágil é aquela que consegue responder às mudanças e dinamismo do seu mercado com total adaptabilidade e harmonia. Ou seja, entende seu cliente, seus processos de valor, a importância e o papel das pessoas, mantendo a flexibilidade necessária para reorganizar todo esse ecossistema sempre que necessário.
Afinal, se você realmente entende seu cliente e sabe que seus desafios e necessidades mudam a todo tempo, fruto do contexto da era e economia digital, sua organização interna deveria, em tese, estar organizada para lidar com esse contexto.
Contudo, ser ágil não é uma coisa que você faz, mas uma coisa que você se torna. Cultura, como quase tudo no meio corporativo, ainda é um ponto chave, e o maior desafio para internalizar uma cultura ágil que permita a adaptabilidade.
Ao se aprofundar no mundo ágil, alguns aspectos soarão inicialmente antagônicos, como por exemplo:
- Errar não é um problema, mas uma maneira de se entender melhor o acerto;
- Experimentação com feedback do cliente não é um sinal de fragilidade, mas a maneira mais potente de se atender com assertividade uma expectativa;
- E vários outros aspectos que demandam uma profunda mudança de modelo mental.
Segundo Santiago Comella, sócio da McKinsey & Company, existem 5 características comuns em empresas que se tornaram bem sucedidas na adoção da filosofia ágil:
- Elas sempre têm a clareza do que fazer, por que fazer e quando fazer, no emprego de métodos e soluções ágeis;
- Mantêm equipes cross-funcionais capazes de entender o todo e prover soluções além de suas áreas individuais;
- Utilizam o modelo incremental de entregas como fonte de aprendizagem por meio das interações e feedbacks contínuos;
- Enxergam e valorizam seus times da mesma forma que seus clientes;
- Entendem tecnologia como braço de agilidade e entrega de experiências.
A adoção da filosofia ágil é oportunidade para as organizações que entendem que precisam readequar sua operação como um todo, mas não sabem exatamente por onde começar e não acreditam que a metodologia mais hype será a resposta que elas procuram.
Estruturar uma organização e estabelecer seus processos costumava ser um grande evento, contudo, nos dias atuais, reestruturação e redesenho de processos passam a ser contínuos. Assim, ao tornar-se uma organização ágil, a cultura, a competência de mudança e a adaptabilidade certamente farão parte dos ativos desta nova “inconstante” operação.
Veja como aplicar a filosofia Ágil na sua organização, com as dicas de Diego Mesquita, Head of Intelligent Automation, no Lecom Talk:
Conheça as Metodologias Ágeis mais utilizadas nas empresas
Extreme Programming – XP
A metodologia de desenvolvimento de software Extreme Programming, também chamada de XP, possui o foco em equipes de projetos com agilidade e alta qualidade.
Seu principais valores são:
- Simplicidade,
- Comunicação e feedback,
- Assiduidade nas entregas e
- Satisfação do cliente.
Porém, é importante ressaltar que, devido ao seu dinamismo, essa metodologia pode ser aplicada em projetos de diversos portes.
Na XP, o software é desenvolvido por meio de um ciclo semanal de processos. Assim, uma vez por semana acontece uma reunião dos desenvolvedores com o cliente a fim de priorizarem um conjunto pequeno de funcionalidades que deverão ser implementadas e testadas na semana vigente.
Após esse período, que é chamado de interação, o cliente fará uma análise do que está sendo produzido até o momento. Com base nessa análise, haverá uma nova reunião para estabelecer novas prioridades.
Essa reunião é chamada de Jogo do Planejamento. Ela oferece a oportunidade ao cliente de explanar as funcionalidades. Dessa forma, o cliente irá definir as histórias do processos, materializadas em orientações acerca das funcionalidades, geralmente em pequenos cartões. Ele também irá indicar quais são as prioridades.
Assim, a metodologia Extreme Programming foca em fatores técnicos ligados à otimização de processos.
Kanban
Este framework Agile possibilita a visualização do fluxo de trabalho pela equipe por meio de um quadro de atividades. Além disso, o fremework Kanban permite que haja uma limitação do trabalho em progresso, de forma que para iniciar uma tarefa nova, será necessário finalizar a anterior.
Outros benefícios do Kanban são: a possibilidade de medir o tempo de cada etapa; deixar as regras de progressão claras; e facilitar a identificação de gargalos na operação, de forma que possam ser solucionados rapidamente.
Assim, o Kanban otimiza os processos de entrega.
Scrum
O Scrum se trata de um framework para organizar e gerenciar trabalhos complexos, como desenvolvimento de software.
Portanto, o Framework Scrum é um conjunto de valores, práticas e princípios que serve de base para adoção de práticas de engenharia e gestão particulares e relevantes à empresa. Dessa forma, é possível obter uma versão do Scrum personalizada à realidade da organização.
Então, para utilizar o Scrum, é necessário ter uma equipe auto organizada e com autonomia para executar as tarefas, e também fazer avaliações constantes para manter o projeto em melhoria contínua.
No Scrum, os requisitos são organizados em uma lista, chamada de Backlog, na qual o fator de priorização é o valor que cada requisito agrega ao negócio. As reuniões de planejamento geralmente são quinzenais. Nesses encontros, chamados de Sprints, a equipe irá definir os próximos passos para executar os requisitos do Backlog.
Além de se reunir quinzenalmente, a equipe deverá conversar diariamente por aproximadamente 15 minutos sobre o andamento do projeto, e também planejar as tarefas do dia – esse bate papo diário recebe o nome de Daily Scrum. Também deverá haver uma pessoa responsável por facilitar as reuniões e o bom andamento do projeto, que é chamada de Scrum Master.
Ao término da sprint, um produto potencialmente entregável deverá ser apresentado ao Product Owner (PO), que é a pessoa responsável por avaliar as entregas segundo a perspectiva do cliente. Os apontamentos do PO serão acatados e executados pela equipe reiniciando o ciclo.
Metodologia Ágil Lecom
Nossa abordagem é voltada à otimização do aprendizado. Portanto, trabalhamos com entregas em etapas e contínua experimentação. Assim, obtermos mais insights durante os Sprints e chegarmos a um resultado final que supera as expectativas. Confira como é a nossa proposta
Na nossa empresa, a entrega de um mínimo produto viável (MVB) é feita com um curto intervalo de tempo, e a espera pela experimentação dessa versão mais simples é muito breve.
Então, é possível avaliar o escopo inicial e ajustá-lo de acordo com as constatações apuradas nos testes, e também, atender às mudanças na perspectiva do cliente. Dessa forma, as mudanças necessárias são feitas com mais facilidade e com menos impacto na lucratividade do projeto.
Falar sobre metodologias ágeis é um assunto cada vez mais relevante para organizações que buscam colocar em prática a transformação digital. Isso porque proporciona a possibilidade de se obter mais flexibilidade, agilidade e satisfação do cliente.
Esses são fatores essenciais para ter sucesso nos negócios na Era Digital, já que, com a transformação digital, o mercado exige cada vez mais transparência, participação e comprometimento entre as áreas.
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