Há alguns anos, ao me deparar com os desafios trazidos pela liderança da Geração Y [nascidos entre 1970 e 1995], também conhecida como Millennials, chegou um momento em que me senti até acuado e com medo do que estava por vir. Isso porque realmente muitos aspectos estavam se bandeando para o sentido contrário a tudo o que eu havia vivido e aprendido sobre gestão de pessoas.
Confesso que foi necessária muita resiliência para me reinventar como líder. Atuando na área de tecnologia, comandar jovens e recém-formados é uma realidade comum. Porém, ao me ver diante de toda a dificuldade na gestão das novas gerações, tive de dar um passo atrás, até para entender o que estava acontecendo. Aí sim pude mudar o meu mindset para esses novos tempos.
Na realidade, parte da dificuldade que eu senti nesse momento era fácil de explicar. Eu percebi que fazia parte de uma geração em “transição”. Todos os chefes e líderes com os quais eu tinha trabalhado eram ainda de uma geração anterior a minha. Certamente, grande parte dos assuntos abordados neste artigo seria tratada como piada, em uma conversa entre líderes daquela época.
A bagagem que construí enquanto liderado, tinha peso maior no foco em qualidade, processo, maximização da produtividade, entre outros ingredientes. As pessoas tinham sim um papel relevante, mas naquele momento, considerando fatores macroeconômicos, o foco em pessoas não era tão relevante, porque havia muitas “peças de reposição” à disposição.
Ao entrar em uma empresa de desenvolvimento de sistemas, era possível encontrar um amontoado de técnicos e programadores, que, no geral, trabalhavam de forma quase cartesiana ou “sequencial”.
Hoje, fazem parte dessas mesmas equipes, profissionais inimagináveis há algum tempo, ou profissões que sequer existiam. São matemáticos, psicólogos, designers de experiência, que trabalham em conjunto com os programadores, para entregar sistemas cada vez mais complexos e que realmente fazem sentido para as pessoas.
A virada da chave da liderança da geração Y
O líder precisa entender as necessidades de cada profissional e conseguir estabelecer uma comunicação adequada para cada perfil. É seu papel ajudar a potencializar os talentos de cada membro do time, de forma pessoal e individualizada. Já não são mais aceitas soluções massificadas, em que o indivíduo fica em segundo plano, e as soluções e os aspectos motivacionais são tratados de forma generalizada.
A liderança da geração Y, ainda mais era digital traz diversos desafios. São muitas novas tecnologias surgindo, como big data, Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), Robótica e Inteligência Artificial. A busca por profissionais capazes de atender às expectativas desse novo contexto é cada vez mais desafiadora.
As exigências são as mais diversificadas possíveis e conseguir profissionais com essas competências já é difícil por si só. Fazer com que eles trabalhem em harmonia e com eficiência é ainda mais desafiador. Isso porque, nessa nova era, as pessoas querem colaborar. Querem se sentir parte do negócio. E estão preocupadas com a qualidade de vida tanto quanto com o propósito daquilo que estão fazendo.
Complexo, sim. Desafiador, também. Mas isso também traz uma motivação adicional para os líderes que conseguirem realmente se colocar nessa nova fase da liderança organizacional.
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Novos horizontes, novos desafios
Quando essa nova geração entrou no mercado e trouxe com ela novas experiências, exigências e forma de pensar, causou um choque muito grande nas lideranças de maneira plena. Tudo aquilo com o qual fomos catequisados, já não servia mais. Não sobrou pedra sobre pedra.
Aspectos antes totalmente negligenciados, hoje têm de estar na lista de prioridades dos líderes. Se as gerações anteriores queriam estabilidade, a nova quer trabalhar por qualidade de vida e propósito.
Se por um lado a liderança da geração Y são antenados, e têm uma inquietude que os faz não ter medo do novo e de desafios, também possui uma insatisfação natural e quase constante, que muitas vezes é difícil de conseguir decifrar, tanto pelos líderes, quanto por eles próprios, sendo essa também uma fonte constante de conflitos.
Para conseguir sucesso na gestão dessa geração, é muito importante que o líder estabeleça uma comunicação franca e direta. A transparência é fundamental. O trabalho em grupo e a colaboração já deixaram de ser desejáveis, para serem o único caminho possível. O líder precisa estar muito responsável, aberto ao diálogo e a mudanças!
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